A inteligência artificial (IA) tem avançado rapidamente em diversos setores, causando mudanças significativas na sociedade.
Surge , agora em 2023, o ChatGPT.
Com a crescente utilização de sistemas de IA, como o ChatGPT da OpenAI, surgem também novas questões legais acerca da responsabilidade civil e a necessidade de adaptar o arcabouço jurídico para tais avanços tecnológicos.
No Brasil, a responsabilidade civil está fundamentada no artigo 927 do Código Civil, que estabelece a obrigação de indenizar o dano causado por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência. Entretanto, o Código Civil não aborda especificamente a responsabilidade civil no contexto da IA.
O Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014), apesar de trazer algumas disposições sobre a responsabilidade dos provedores de aplicações de internet, não aborda diretamente a questão da IA. Portanto, a aplicação do Direito Brasileiro no que tange à responsabilidade civil da IA se dá por interpretação e analogia às normas existentes.
A inteligência artificial, por sua natureza autônoma e capacidade de aprendizado, coloca em xeque a concepção tradicional de responsabilidade civil, baseada na ação ou omissão humana. Alguns dos principais desafios incluem: Definir o nível de autonomia e aprendizado da IA; Estabelecer a relação de causalidade entre o dano e a ação da IA; Determinar a responsabilidade dos diferentes agentes envolvidos, como desenvolvedores, fabricantes e usuários.
Diante dos desafios mencionados, algumas abordagens podem ser consideradas para atribuir a responsabilidade civil no âmbito da IA no Direito Brasileiro: Responsabilidade dos agentes envolvidos, responsabilidade objetiva e personalidade jurídica própria para IA.
Analisando o sistema de IA ChatGPT como exemplo, é possível identificar diferentes agentes que podem ser responsabilizados pelos danos causados por suas ações: Desenvolvedores e fabricantes (OpenAI) e usuários do ChatGPT.
A aplicação do Direito Brasileiro à responsabilidade civil no contexto da inteligência artificial, incluindo o ChatGPT, demanda adaptações e interpretações das normas existentes. A adoção de uma abordagem adequada, seja por meio da responsabilidade dos agentes envolvidos, responsabilidade objetiva ou atribuição de personalidade jurídica à IA, deve levar em consideração os desafios e as peculiaridades de cada caso.
É fundamental promover o debate e o desenvolvimento de um arcabouço jurídico específico para a inteligência artificial, a fim de garantir um ambiente seguro, ético e responsável para o uso dessa tecnologia no Brasil. Nesse sentido, é necessário que legisladores, profissionais do Direito, desenvolvedores de IA, empresas e a sociedade em geral trabalhem conjuntamente para criar um marco regulatório eficiente e adequado à realidade das IAs, como o ChatGPT.

A discussão deve abordar questões como a definição de critérios para a identificação de danos causados pela IA, a delimitação das responsabilidades de cada agente envolvido e a ponderação entre a inovação tecnológica e a proteção dos direitos fundamentais dos indivíduos. A criação de normas específicas para o contexto da inteligência artificial pode contribuir para o crescimento econômico, o desenvolvimento científico e a proteção dos interesses e direitos dos cidadãos brasileiros.
Em conclusão, a responsabilidade civil no contexto da inteligência artificial é um tema em constante evolução e de crescente importância no Direito Brasileiro. A análise dos desafios e possíveis soluções para a atribuição de responsabilidade civil no âmbito da IA, incluindo o ChatGPT, evidencia a necessidade de adaptações e interpretações das normas existentes. Para garantir um ambiente seguro, ético e responsável no uso da IA no Brasil, é fundamental promover o debate e o desenvolvimento de um arcabouço jurídico específico, levando em consideração as peculiaridades e desafios que a inteligência artificial apresenta.